quarta-feira, 3 de março de 2010

A Lenda Do Carro Caído

Hoje a postagem é uma poesia no estilo Literatura de Cordel, de minha autoria seguindo a temática das lendas do Brasil.

Como já falei em outra oportunidade essa ideia surgiu quando li um livro do folclorista Câmara Cascudo e resolvi contar algumas das lendas ali existentes em forma de verso, para que pudessem ser conhecidas por brasileiros que não tiveram acesso ao livro do pesquisador.

Assim, aqui está pra você...


A Lenda Do Carro Caído
(Nivaldo Cruz )


Entonce os senhores
Gostaram do meu prosiar
Agradeço a volta
E a vois miceis vou tornar
Muitos causos e lendas
Do nosso Brasil vir contar.

Aproveitando o momento
E dos senhores o interesse
Passo então relatar
Mais uma lenda desse
Brasilzão, que meu Deus,
Não tem melhor que esse!

Conta os povo que um
Carrero de nome joão
De lá de Vila Velha
Foi Levar um sino, então.
No seu carro de boi
Ele cumpria a dita missão.

Pra capela de Estremoz
Esse sino levava,
O bronzio pra ser batizado os
Povo de lá esperava
Tava tudo em reunião.
Agradecendo rezava.

Como o caminho
De lá, era longo por demais
João deitou pra tirar
Um cochilo bem lá trás
Do carro e só acordava
Pra tocar os animais.

Quando o ritmo diminuía
Ou então os boi parava
João prontamente
Dava um pulo, acordava.
Com uma cutucada
Os boi pra andar botava.

O carrero tava assim
Seguindo esse curso
Durante boa parte
Daquele grande percurso
Um cochilo, uma cutucada
Prus bicho não andar a pulso.

Mais como a coisa tava
Ficando já por demais
Toda hora tinha de acordar
Pra fazer andar animais
Ele começou a gritar
- Vumbora lá satanais!!!!

Justamente nas hora
Que não se pode chamar
Essas coisa ruim
Nem pra se desabafar
Era as hora da Ave Maria
Que tava pra nos chegar.

No momento que esse
Nome feio ele chamou
Uma Rasga mortalha
No mesmo instante cantou
Parecendo avisar
Pra poder parar o pecador.

Mas o pobre do João
Na coruja, nem fé deu
Sem nem importar
Outro nome estendeu
- Diabo!!
E o próprio Cão respondeu.

- Quem me chama!
João todo se tremeu
Pensando que ouviu coisas
Assobiou e adormeceu.
Passado um tempo
De novo aconteceu.

Os animais estancaro
João acordou revoltado
Sem nem saber o por que, dos
Bois estarem parado
Gritou, - Diabo!!!
Acontecendo inesperado.

Naquela hora o maldito
No seu ouvido rosnou
Deixando joão arripiado
- Cá então eu estou!
Não teve nem tempo
De rogar a Nosso Senhor

Pra poder livrar ele
Ou até a Nossa Senhora
Pra interceder pela alma
Naquela maldita hora.
Sua voz não saia
Essa é a fié históra.

João, os boi, o sino
E inté mesmente o carro
Foro no caminho da lagoa
Caíro no tá esparro
Entraro dentro dela
Se misturaro cuns barro.

Dizem que ele ainda
Vive no fundo, bem lá
Quem quiser ver
Pode na lagoa passar
Nos tempo de quaresma
Antes do galo cantar.

Essa lenda é conhecida
Nos caminho nordestino
A lenda do Carro Caído
È coisa nossa minino
Por isso nós temo de
Saber desse destino.

Câmara Cascudo
Esse bom brasileiro
Deixou tudo bem escrito
Conhecendo por inteiro
As histórias do meu povo
Escreveu bem certeiro.

Por isso se o bicho
Da curiosidade morder
Procure os livros do mestre,
Correndo comece a ler.
E o valor do nosso Brasil
Você vai bem aprender.

Aqui findo mais uma
Gostosa e boa aventura
Sem nem esquecer
Dessa nossa vida dura
E de como é bom
Cultivar nossa cultura.


“VIVA A ARTE DO MEU POVO!”

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