terça-feira, 16 de março de 2010

O Bom Pernambucano Antonio Nóbrega




Se tem uma pessoa que vive de divulgar a cultura brasileira, essa pessoa é o músico, poeta, dançarino, ator, cantor, pesquisador da cultura brasileira, pernanbucano arretado, Antonio Nóbrega. Com seus shows e discos dentre outros trabalhos, ele leva a brasilidade brasileira para o Brasil e o Mundo. Por isso nossa homenagem de hoje vai para esse grande artista brasileiro.

E sobre ele o wikipedia fala:

Antonio Carlos Nóbrega (Recife, 2 de maio de 1952) é um artista e músico brasileiro.
Filho de médico, estudou no Colégio Marista do Recife. Aos 12 anos ingressou na Escola de Belas Artes do Recife. Foi aluno do violinista catalão Luís Soler e estudou canto lírico com Arlinda Rocha.
Com sua formação clássica, começou sua carreira na Orquestra de Câmara da Paraíba em João Pessoa, onde atuou até o final dos anos 60. Na mesma época participava da Orquestra Sinfônica do Recife, onde fazia também apresentações como solista.
Como contraponto à sua formação erudita, Antonio Nóbrega participava de um conjunto de música popular com suas irmãs. "Só que a música popular que eu compunha e tocava era a das rádios e da televisão: Beatles, Jovem Guarda, a nascente MPB, Caetano Veloso, Edu Lobo".
Em 1971 Ariano Suassuna procurava um violinista para formar o Quinteto Armorial e, após ver Antônio Nóbrega tocando um concerto de Bach, lhe fez o convite que mudaria completamente sua carreira musical.
Antônio Nóbrega, que até essa ocasião tinha pouco conhecimento da cultura popular, passou a manter contato intenso com todas suas expressões como os brincantes de caboclinho, de cavalo-marinho e tantos outros, que passou a conhecer e pesquisar.
Nóbrega revelou-se um fenômeno, ao conseguir unir a arte popular com a sofisticação. É, literalmente, um homem dos sete instrumentos, capaz de cantar, dançar, tocar bateria, rabeca, violão etc. Realizou espetáculos memoráveis em teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo, com destaques para Figural (1990) e Brincante (1992). Figural é um espetáculo em que Nóbrega, sozinho no palco, muda de roupa e de máscaras para fazer uma das mais ricas demonstrações da cultura popular brasileira e mundial.
Terminou em 12 de novembro de 2006 a temporada paulistana do espetáculo 9 de Frevereiro, e, em seguida, iniciou a temporada carioca. Este espetáculo, cujo nome é uma alusão ao carnaval pernambucano e um trocadilho com frevo, explora várias formas de se tocar frevo: com uma orquestra de sopro, com um regional, com violino e percussão etc. Também há várias das formas de se dançar frevo: com apenas um dançarino (Nóbrega) em passos estilizados de dança moderna, com vários dançarinos em passos de frevo, com e sem sombrinha e até o público todo, em ciranda de frevo. Como não poderia faltar em um espetáculo enciclopédico sobre o frevo, há pelo menos dois momentos didáticos: em um a orquestra explica várias modalidades e costumes do frevo, e Antonio Nóbrega ensina uma pessoa da platéia a dançar frevo (fazer o passo).
Nóbrega é praticamente desconhecido na televisão do Brasil. Apesar disso, seus espetáculos são extremamente concorridos.”

Antonio Nóbrega tem um site muito legal, vale a pena você ir até lá e conhecer mais do seu trabalho. O endereço do site é: www.antonionobrega.com.br/

Agora um pouco desse trabalho desse maravilhoso universo cultural que é Antonio Nóbrega...


COCO DA LAGARTIXA
Domínio Público - Adaptação de Antonio Nóbrega e Wilson Freire

Eu vi uma lagartixa,
e ela era comportada,
- Redondo Sinhá.
Saía à boca da noite,
chegava de madrugada,
com a saia na cabeça,
soluçando embriagada.
Com a saia na cabeça,
- Redondo Sinhá,
soluçando embriagada.
- Redondo Sinhá.

Eu vi outra lagartixa
num coco de embolada,
negava ser Mulher-Dama
mas depois de três bicadas
me pegou assim d'um jeito,
me matou de umbigada!

Eu vi uma lagartixa,
ai, estava na janela,
ai, dizendo que era honrada,
que era moça donzela.
Vi quatro calangos verdes:
todos eram filhos dela!

Eu vi outra lagartixa,
essa era uma Senhora.
Passava a noite no samba,
cachimbava a toda hora,
dizia pro seu marido:
"é duro trabalhar fora!"

Eu vi uma lagartixa,
que na lagoa morou.
Que sonhava ser princesa
por um sapo apaixonou-se,
beijou ele a vida inteira:
ele não desencantou!

Eu vi outra lagartixa
tomando banho de açude.
O açude estava cheio,
fui banhar-me mas não pude,
ela sujou toda água,
ainda ficou cheia de grude!

Eu vi uma lagartixa
enganar pato e guiné,
teve um filho de uma pulga,
outro de um bicho-de-pé,
doze de uma cobra d'água,
vinte e três de um jacaré!

Eu vi outra lagartixa
que queria se casar.
Me pediu em casamento
mas mamãe jurou não dar.
Ela fugiu com papai,
suas filhas eu fui criar!

Eu vi uma lagartixa
ai, estava no meio da feira,
tinha pra mais de cem netos,
jurava que era solteira.
Perguntei a sua idade,
me negou a vida inteira!

Eu vi outra lagartixa
na varanda de um sobrado,
ela estava namorando
junto com seu namorado,
assentada na cadeira
e o rabão dependurado!

Quem 'ver' uma lagartixa
no sertão, mata ou no mar,
entregue logo pra ela
um pandeiro ou um ganzá,
que ela canta esse coco
do jeito que eu ouvi lá!


"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!"

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