sábado, 26 de junho de 2010

Nois Do Canto, É Bom Da Conta Uai!!



Outro dia, tive o prazer de assistir no programa Sr Brasil, apresentado pelo magestral Rolando Boldrim na Tv Cultura, a apresentação desse Grupo mineiro que me encantou. Nois Do Canto é desses grupos que deviam ter espaço garantido, por lei, nos grandes meios de comunicação. Por isso, ele é o homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo”.



Pela pouca informação que consegui na minha pesquisa sobre o Nois Do Canto, descobri, apenas, que tem mais de 20 anos de existência, é de Juiz de Fora, no belo estado de Minas Gerais, o seu repertório é formado por música mineira de raiz e MPB e tem o violonista Alexandre Laguardia como um dos seus integrantes.Fico devendo mais informação sobre ele e peço a você, se tiver mais alguma informação sobre o grupo, me ajude a divulgá-lo, coloque no comentário desse post.

Ahh! E se você tiver a oportunidade de conhecer mais sobre esse grupo, não exite. Tenho certeza que vai gostar muito.





"E Viva A Arte Do Meu Povo!"

terça-feira, 22 de junho de 2010

Juraildes Da Cruz!!! Nois É Jeca, Mas É Joia!!




Mais um gênio da nossa Cultura Popular é homenagedo hoje pelo “A Arte Do Meu Povo” dessa vez é com honra que se reverencia a arte do bom tocantinense Juraildes da Cruz. Grande cantador, Grande poeta/compositor e enorme defensor da nossa cultura popular.




Pesquisando sobre Juraides encontrei o site www.kuarup.com.br/br/art_cada.php?art=837 pertencente a gravadora Kuarup e que trás as seguintes informações:


" O cantor e compositor Juraildes da Cruz nasceu no dia 23 de novembro de 1954 em Aurora do Norte, hoje estado do Tocantins. Cresceu ouvindo cantigas de roda, folias de reis, Luiz Gonzaga e Jackson do Pandeiro.
Iniciou sua carreira artística em 1976, quando participou do GREMI, Festival de Arte de Inhumas (Goiás), e foi classificado em primeiro lugar. Participou de mais de cem festivais de música, com destaque para o Festival Tupi-79, onde se apresentou com Genésio Tocantins, ao lado de artistas como Caetano Veloso, Elba Ramalho, Zé Ramalho e Jackson do Pandeiro.
Gravou seu primeiro disco, Cheiro da Terra, em 1990, contando com a participação de grandes nomes como Chiquinho do Acordeon, Sebastião Tapajós, Paulo Moura, Jaques Morelenbaum, Fernando Carvalho, Nilson Chaves, Mingo e Xangai.
Suas composições já foram gravadas por Pena Branca e Xavantinho, Xangai, Rolando Boldrin e Margareth Menezes, entre outros. Em 1994, Pena Branca e Xavantinho gravaram a composição de Juraildes "Memória De Carreiro", que abre o CD Uma Dupla Brasileira. Participou, ainda, do CD gravado ao vivo Canto Cerrado, no qual interpretou "Nóis É Jeca Mas É Jóia". Cantou também com Xangai o forró "Fuzuê Na Taboca" no CD Eugênio Avelino - Lua Cheia, Lua Nova.




Em 2000, foi classificado no concurso do projeto "Rumos Musicais", do Banco Itaú para fazer o mapeamento cultural do país, representando o Centro-Oeste e especialmente o Tocantins. Para gravar o CD Nóis é Jeca Mais é Jóia, retomou sua parceria com Xangai. "



Delicie-se com estas poesias em forma de composição musical do Grande Juraildes:


Meninos
Composição: Juraildes da Cruz


Vou pro campo
No campo tem flores
As flores tem mel
Mas a noitinha estrelas no céu, no céu, no céu
O céu, da boca da onça é escuro
Não cometa, não cometa
Não cometa furos
Pimenta malagueta não é pimentão, tão, tão, tão
Vou pro campo
Acampar no mato
No mato tem pato, gato, carrapato
Canto de cachoeira
Dentro dágua
Pedrinhas redondas
Quem não sabe nadar
Não caia nessa onda
Pois a cachoeira é funda
É afunda
Não sou tanajura
mas eu crio asas,
Com os vagalumes
eu quero voar, voar, voar
O céu estrelado hoje é minha casa
Fica mais bonita
quando tem luar, luar, luar
Quero acordar
com os passarinhos
Cantar uma canção
com o sabiá
Dizem que verrugas
são estrelas
Que a gente conta
Que a gente aponta
Antes de dormir, dormir, dormir
Eu tenho contato
Mas não tem nascido
Isso é estória de nariz comprido
Deixe de mentir, mentir, mentir..
Os sete anões pequeninos
Sete corações de meninos
e a alma leve, leve, leve
São folhas e flores ao vento
O sorriso e o sentimento
da Branca de Neve, neve, neve...





Nóis é Jeca mais é Jóia
Composição: Juraildes da Cruz


Andam falando que nóis é caipira
Que nossa onda é montar a cavalo
Que nossa calça é amarrada com imbira
Que nossa valsa é briga de galo
Andam dizendo que nóis é butina
Mais nóis num gosta de tramóia
Nóis gosta é das menina
Nóis é jeca mais é jóia
Mais nóis num gosta de jibóia
Nóis gosta é das menina
Nóis é jeca mais é jóia

Se farinha fosse americana, mandioca importada
Banquete de bacana era farinhada

Andam falando que nóis é caipira
Que nóis tem cara de milho de pipoca
Que nosso rock é dançar catira
Que nossa flauta é feita de taboca
Nóis gosta é de pescar traíra
Vê a bichinha gemendo na vara
Nóis num gosta de mintira
nóis tem vergonha na cara
Nóis gosta é de pescar traíra
Vê a bichinha chorando na vara
Nóis num gosta de mintira
nóis tem vergonha na cara

Se farinha fosse americana, mandioca importada
Banquete de bacana era farinhada

Andam falando que nóis é caipora
Que nóis tem que aprender ingleis
Que nóis tem que fazê sucesso fora
Deixa de bestaje, nóis nem sabe o portugueis
Nóis somo é caipira pop
Nóis entra na chuva e nem móia
Meu I love you, nóis é jeca mais é jóia
Nóis somo é caipira pop
Nóis entra na chuva e nem móia
Meu I love you, nóis é jeca mais é jóia





A Porta do Tempo
Composição: Juraildes da Cruz



Quando a tampa do tempo destampa e o vento vai
Mas a porta do tempo é sem tampa e o vento vem
Quem tá leve voa, quem tem o pé no chão não cai
Quem tá leve voa, quem tem o pé no chão não cai

Quando a tampa do tempo destampa o bem querer
Acende as estrelas, a lua, o sol dourado
O futuro é o presente, não nega o passado
A têmpera do movimento eternizado
Universo no tempo destampado

Quando a porta do tempo destampa a alegria
Só se vê revoada de passarinho na vida
e o passarinho da vida é a alegria.

Quando a chave no tempo destranca o coração
Que pego na mão do amigo e digo adeus
Amizade é eletricidade que não mata
Igual rama de batata que não desata do que é seu

Quando a tampa do tempo destampa o tempo
E a chuva carinhosa renova a terra, ai ai ai
Agradece os animais, a pedra bruta,
O mar, as grutas e a luta dos ancestrais

Quando a porta do tempo destampa a emoção
que os olhos enchem os rios que enchem o mar
O choro às vezes lava o coração
e o coração limpo é pérola

Com a graça de Deus estou vivendo,
pela graça de Deus o sol clariando

Quero chegar na clareza mas onde estou comigo está
Meu jaboti, meu papagaio, minha juriti, meu sabiá

A lua, o sol, o sol que é o mesmo clarão,
brilho que a lua nos dá
Rios, pontes, porteiras, estrada aberta
Rios, pontes, ladeiras, caminho de chegar

Com a graça de Deus estou vivendo,
pela graça de Deus o sol clariando
No início da vida abriu-se o tempo
Tempo que não vai retornar
Quem entrou na roda do tempo é
pra ser só o tempo é quem dirá

A palavra do tempo é a prática
A semente que no homem brota
Com chuva ou com sol há de nascer
Nasceu não tem volta

Com a graça de Deus estou vivendo,
pela graça de Deus o sol clariando

Tem uns que acham que o branco
não pode ser negro porque dói
e negros que não vê os brancos
com raios brilhantes dos olhos

Se um fosse outro não doía
ser negro não é ser contrário
as cores não brilham sozinhas
de noite a estrela é um claro

Com a graça de Deus eu estou vivendo,
(E você também...)
pela graça de Deus o sol clariando

Quando a vida destrancou a porta
Do tempo derramou semente
Da água, do fogo, do vento,
Minerais, vegetais, bicho e gente

Quanto tempo não se sabe ainda
Pro tempo o eterno é um segundo
Enquanto houver planta florida
É tempo de gente no mundo

Enquanto houver água tem vida
E é tempo de gente no mundo
Com a graça de Deus estou vivendo,
pela graça de Deus o sol clariando



Office-boy cachorro
Juraildes da Cruz


Saí da roça pra São Paulo
Estudar pra ser doutor e não dar vexame
A linha que apruma o homem
pode ser de seda pode ser arame
Portas fechadas outras abertas
O luxo e o lixo é o mesmo enxame
Primeiro emprego que arranjei
Foi pra cuidar de cachorro, cachorro de madame
Perfume do cachorro era francês
Shampoo de primeira todo dia
Toda noite eu sonhava
Com o banquete que aquele cachorro comia
Tanta gente passando fome
E cachorro na mordomia
Pra vencer na vida tem que engolir sapo
Tem que quebrar pedra tem que subir morro
Pra chegar onde cheguei tive que ser
Office-boy de cachorro
Pra chegar onde cheguei tive que ser
Office-boy de cachorro

Vida de cachorro quem tem é gente pobre
Cachorro de rico leva vida de rei
Rei de pobre é peia no lombo
De lambida de cachorro eu nunca gostei
Nem sempre a gente escolhe
Muitas das vezes somos escolhidos
Pra realizar o que idealizei
Como babá de cachorro eu fui babá de lambido
Perfume do cachorro era francês
Shampoo de primeira todo dia
Toda noite eu sonhava
Com o banquete que aquele cachorro comia
Tanta gente passando fome
E cachorro na mordomia
Pra vencer na vida tem que engolir sapo
Tem que quebrar pedra tem que subir morro
Pra chegar onde cheguei tive que ser
Office-boy de cachorro
Pra chegar onde cheguei tive que ser
Office-boy de cachorro


A mulher com quem eu me casei
Cria um cachorro de estimação
Tô vendo a hora dela chamar o cachorro
pra dormir na cama e eu ficar na mão
Tô sentindo que lá em casa
Não tem lugar pra dois nessa parada
Ou eu, ou êle chega de cachorro
Já me cansei de tanta cachorrada
Perfume do cachorro, ó francês
Shampoo de primeira todo dia
Tem festa de aniversário pro cachorro
Essa mulher não desconfia
E no meu aniversário ainda bem
Que ela me dá bom dia
Pra vencer na vida tem que engolir sapo
Tem que quebrar pedra, tem que subir morro
Pra chegar onde cheguei tive que ser
Office-boy de cachorro
Pra chegar onde cheguei tive que ser
Office-boy de cachorro meu Deus

Imagine um negócio desses
Se agüente...
Tem gente que gosta mais de cachorro
Do que de gente,
Ah! Isso tem.





"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!"

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Zé Keti, Mais Um Dos Grandes Do Brasil



Fugindo, um pouco, do que se vem apresentando no “A Arte Do Meu Povo” que prioriza a Cultura Popular Nordestina. O homenageado de hoje é carioca, sambista e também um grande defensor da nossa cultura popular, da nossa brasilidade, brasileira do Brasil. Por isso que com orgulho apresento o homenageado de hoje, ZÉ KETI.

No site http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Keti encontrei o seguinte sobre o grande compositor/poeta brasileiro Zé Keti:




“Zé Keti, nome artístico de José Flores de Jesus, (nasceu no Rio de Janeiro,no dia 6 de outubro de 1921 — e faleceu no Rio de Janeiro, no dia14 de novembro de 1999) foi um cantor e compositor do samba brasileiro. Nascido em 16 de setembro de 1921, embora tenha sido registrado, em 6 de outubro, no bairro de Inhaúma, José Flores de Jesus, ficou conhecido como Zé Kéti . Em 1924, foi morar em Bangu na casa do avô, o flautista e pianista João Dionísio Santana, que costumava promover reuniões musicais em sua casa, das quais participavam nomes famosos da música popular brasileira como Pixinguinha, Cândido (Índio) das Neves, entre outros. Filho de Josué Vale da Cruz, um marinheiro que tocava cavaquinho, cresceu ouvindo as cantorias do avô e do pai. Após a morte do avô, em 1928, mudou-se para a Rua Dona Clara. Cantou o samba, as favelas, a malandragem e seus amores.
Ele começou a atuar na década de 1940, na ala dos compositores da escola de samba Portela. Entre 1940 e 1943, compôs sua primeira marcha carnavalesca: "Se o feio doesse". Em 1946, "Tio Sam no Samba" foi o primeiro samba de sua autoria gravado (pelo grupo Vocalistas Tropicais). Em 1951, obteve seu primeiro grande sucesso com o samba "Amor passageiro", parceria com Jorge Abdala gravado por Linda Batista na RCA. No mesmo ano, seu samba "Amar é bom", parceria com Jorge Abdala foi gravado na Todamérica pelos Garotos da Lua.
Em 1955, sua carreira começou a deslanchar quando seu samba "A voz do morro", gravada por Jorge Goulart e com arranjo de Radamés Gnattali, fez enorme sucesso na trilha do filme "Rio 40 graus", de Nelson Pereira dos Santos. Neste filme, trabalhou também como segundo assistente de câmera e ator. Outro sucesso na anos cinquenta, foi "Leviana", que também foi incluído no filme "Rio 40 Graus" (1955), de Nelson Pereira dos Santos, diretor com o qual trabalhou também no filme "Rio Zona Norte" (1957).
Dono de um temperamento tímido, seu pseudônimo veio do apelido de infância "Zé Quieto" ou "Zé Quietinho". No ano de 1962 idealizou o conjunto A Voz do Morro, do qual participou e que ainda contava com Elton Medeiros, Paulinho da Viola, Anescarzinho do Salgueiro, Jair do Cavaquinho, José da Cruz, Oscar Bigode e Nelson Sargento. O grupo lançou três discos.
Em 1964, participou do espetáculo "Opinião", ao lado de João do Vale e Nara Leão, que o levou ao concerto que tornou conhecidas algumas de suas composições, como "Opinião" e "Diz que Fui por Aí" (esta em parceria com Hortênsio Rocha). No ano seguinte, lançou "Acender as velas", considerada uma de suas melhores composições. Esta música inclui-se entre as músicas de protesto da fase posterior a 1964; a letra deste samba possui um impacto forte, criado pelo relato dramático do dia-a-dia da favela. Nara Leão, Elis Regina fizeram um enorme sucesso com a gravação desta música.
Também em 1964, gravou pelo selo Rozemblit um compacto simples que tinha a música "Nega Dina". Nessa mesma época, recebeu o troféu Euterpe como o melhor compositor carioca e, juntamente com Nelson cavaquinho, o troféu O Guarany, como melhor compositor brasileiro. Com Hildebrando Matos, compôs em 1967 a marcha-rancho "Máscara Negra", outro grande sucesso, gravada por ele mesmo e também por Dalva de Oliveira, foi a música vencedora do carnaval, tirando o 1º lugar no 1º Concurso de Músicas para o Carnaval, criado naquele ano pelo Conselho Superior de MPB do Museu da Imagem e do Som e fazendo grande sucesso nacional.



Nos anos seguintes, viveu um período de esquecimento na música do Brasil. Durante a década de 1980, Zé Keti morou em São Paulo. Em 1987, no início de julho, teve o primeiro derrame cerebral.
Em 1995, década seguinte, voltou a morar no Rio com uma das filhas. Continuou compondo, cantando e lançou um disco.
Em 1996, lançou o CD "75 Anos de Samba", com participação de Zeca Pagodinho, Monarco, Wilson Moreira e Cristina Buarque. Este CD foi produzido por Henrique Cazes, com quatro músicas inéditas e vários sucessos antigos. Nesse mesmo ano, subiu ao palco com Marisa Monte e a Velha Guarda da Portela e interpretou com enorme sucesso alguns clássicos do samba, como "A voz do morro" e "O mundo é um moinho", de Cartola, entre outros.
Em 1997, recebeu da Portela um troféu em reconhecimento pelo seu trabalho e participou da gravação do disco Casa da Mãe Joana. Em 1998, ganhou o Prêmio Shell pelo conjunto de sua obra: mais de 200 músicas. Nesta noite foi homenageado por muitos músicos da Portela, entre eles, Paulinho da Viola, Élton Medeiros, Monarco e a própria Velha Guarda, em show dirigido por Sérgio Cabral e encenado, em noite única, no Canecão do RJ.
Em janeiro de 1999, recebeu a placa pelos 60 anos de carreira na roda de samba da Cobal do Humaitá. Apresentou-se ao lado da Velha Guarda da Portela e teve várias músicas regravadas.
Aos 78 anos, Zé Keti morreu de falência múltipla dos órgãos em 1999.”




A Voz do Morro
Composição: Zé Keti



Eu sou o samba
A voz do morro sou eu mesmo sim senhor
Quero mostrar ao mundo que tenho valor
Eu sou o rei do terreiro
Eu sou o samba
Sou natural daqui do Rio de Janeiro
Sou eu quem levo a alegria
Para milhões de corações brasileiros
Salve o samba, queremos samba
Quem está pedindo é a voz do povo de um país
Salve o samba, queremos samba
Essa melodia de um Brasil feliz






Máscara Negra
Composição: Zé Kéti e Pereira Matos



Tanto riso, oh quanta alegria
Mais de mil palhaços no salão
Arlequim está chorando pelo amor da Colombina
No meio da multidão
Foi bom te ver outra vez
Tá fazendo um ano
Foi no carnaval que passou
Eu sou aquele pierrô
Que te abraçou
Que te beijou, meu amor
A mesma máscara negra
Que esconde o teu rosto
Eu quero matar a saudade
Vou beijar-te agora
Não me leve a mal
Hoje é carnaval





Praça 11, Berço do Samba
Composição: Ze Ketti



Favela
Do camisa preta
Dos sete coroas
Pra ver o teu samba
Favela
Era criança na praça onze
Eu corria pra te ver desfilar
Favela
Queremos teu samba
Teu samba era quente
Fazia meu povo vibrar
Até a lua a lua cheia
Sorria, sorria
Milhões de estrelas brilhavam por um lugar melhor
Queriam ver a Portela
Mangueira estarcio de sá
E a favela com as suas baianas tradicionais
Brilhavam mais do que a luz do antigo lampião a gás
Fragmentos de brilhantes
Como fogos de artifícios
Desprendiam lá do céu
E caiam como flores na cabeça das pastoras
E do samba de Noel
Correrias e empurrões
Gritarias e aplausos
E o sino da capela não parava de bater
Os malandros vinham ver
Se o samba estava certo, se
Enquanto as cabrochas
Gingavam no seu rebolado
No ritmo da batucada
De olho cumprido
Que nem bobinho
Eu terminava durmindo na calçada
De olho cumprido
Que nem bobinho
Eu acabava durmindo na calçada





Diz que fui por Aí
Composição: Zé Kéti e H. Rocha



Se alguém perguntar por mim
Diz que fui por aí
Levando um violão / debaixo do braço
Em qualquer esquina eu paro
Em qualquer botequim eu entro
E se houver motivo
É mais um samba que eu faço
Se quiserem saber / se volto diga que sim
Mas só depois que a saudade se afastar de mim
Só depois que a saudade se afastar de mim
Tenho um violão / p’ra me acompanhar
Tenho muitos amigos / eu sou popular
Tenho a madrugada / como companhei. . .ra
A saudade me dói / o meu peito me rói
Eu estou na cidade / eu estou na favela
Eu estou por aí
sempre pensando nela






Leviana
Composição: Zé Keti



O azar é seu
Em vir me procurar
Me abandona, me deixa
Não quero mais ver
A luz do seu olhar
Você manchou o lar que era feliz
E agora quer voltar
Leviana
Sinto muito, mas vai tratar da sua vida
Leviana
Precisando eu te posso dar uma guarida
Mas o meu lar
Sente vergonha como eu
O nosso amor morreu





Zé Keti foi mais um gênio da nossa cultura!!!!!!!!




Merece todas as homenagens do povo brasileiro e de quem ama esse país e sua cultura verdadeira.



"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!!"

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Barnabé - Um Humorista Brasileiro



O “A Arte Do Meu Povo” hoje rende homenagem um grande humorista brasileiro,que poucas pessoas dessa nova geração conhecem, e os da geração passada muitos não se lembram mais desse grande compatriota, coisas do nosso país verde e amarelo, que tem memória fraca pras coisas boas que se tem aqui. Não adianta reclamar né? Sempre foi assim e assim será, cabe a nós lembrarmos esses grandes e trazêlos de volta, para quem não conhece passar a conhecer e quem o conheceu lembrar dessa grande figura nacional.
Hoje o homenageado é o Grande BARNABÉ.



Infelismente encontrei muito pouca coisa sobre o nosso homenageado, as palavras mais significantes encontradas, estão no site http://tube.aeiou.pt/barnabe-show-de-graca-vol-4-1968-correspondente-leva-e-traz-rjr-raridades/ e são as seguintes:



“ falar do humorista barnabé, pra mim, é prazeroso, da pequena cidade de ribeirão do pinhal , , onde o primeiro humorista barnabé foi criado, chegou aqui nessa pequena cidade com apenas 8 anos de idade,em 1940,vindo da cidade de botelhos minas gerais, aqui ele passou sua infancia , e uma parte de sua juventude, com 16 anos de idade, saiu de casa acompanhando park de diversões, e circos,e com 25 anos de idade foi pra são paulo, antes de ser conhecido por barnabé, tbm usou outro nome, nhõ frugencio, teve seu espaço na radio nacional, durante um ano, e depois teve apoio do grande comediante mazaropp, onde ele participou de um filme choffer de praça, em 1958, junto com mazaropp,e em 1964, no ano que eu nasci, o joão ferreira de mello, seu nome verdadeiro, gravou o seu primeiro disco, usando o nome de barnabé, ah, esse barnabé, alegrava muita gente fazendo soltar aquele risso gostoso com suas piadas sadias e engraçadas, gravou 4 disco, e em 13 de setembro de 1968, barnabé se despediu do mundo e foi morar com DEUS,foi uma morte repentina, deu infarte derrepente e não teve geito, foi fuminante, e no ano seguinte seu irmão josé luiz ferreira de mello, deu continuidade no trabalho do irmão, o qual tbm é um grande humorista tbm conhecido por barnabé, essa é a pura
verdade, a historia dos barnabé, e eu tenho orgulho, desce grande talento."






Barnabé foi um autêntico artísta nacional, que defendeu e divulgou a Brasilidade, Brasileira do Brasil.




"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!"

domingo, 6 de junho de 2010

Luiz "Lua" Gonzaga, Simplesmente o REI !




Devido a alguns problemas essa é a primeira postagem do mês de junho, por isso não seria diferente, o homenageado de hoje do “A Arte Do Meu Povo”, dispensa qualquer tido de apresentação, adjetivo ou outra coisa que o valha. Já, que se alguém tentar fazer isso, concerteza cairá na mesmice. Afinal tudo já foi dito desse gênio da Cultura Popular, embora aclamado até pela Grande Mídia, ele merece todas as homenagens de quem gosta, valoriza e divulga a nossa Clutura Popular, a nossa brasilidade, brasileira do Brasil. Por isso, Luiz Gonzaga, está aqui e é o homenageado do mês de Junho.



Na minha pesquisa sobre o Rei Luiz, encontrei no site http://www.luizluagonzaga.mus.br/index.php?option=com_content&task=view&id=13&Itemid=120 as seguites palavras:



1912 No dia 13 de Dezembro, uma sexta-feira, nasce, na fazenda Caiçara, terras do barão de Exu, o segundo de nove filhos do casal Januário José dos Santos e Ana Batista de Jesus, que na pia batismal da matriz de Exu recebe o nome de Luiz (por ser o dia de Santa Luzia) Gonzaga (por sugestão do vigário) Nascimento (por ter nascido em dezembro, também mês de nascimento de Jesus Cristo.
1920 Luiz Gonzaga, com apenas 8 (oito) anos de idade substitui um sanfoneiro em festa tradicional na fazenda Caiçara, no Araripe, Exu, a pedido de amigos do pai; canta e toca a noite inteira e, pela primeira vez, recebe o que hoje se chamaria cachê; o dinheiro - 20$000 - "amolece" o espírito da mãe, que não o queria sanfoneiro. A partir daí, os convites para animar festas - ou sambas, como se dizia na época -, tornam-se freqüentes. Antes mesmo de completar 16 anos, "Luiz de Januário", "Lula"ou Luiz Gonzaga já é nome conhecido no Araripe e em toda a redondeza, como Canoa Brava, Viração, Bodocó e Rancharia.
1924 Houve uma grande cheia e o rio Brígida subiu de nível, inundando os arredores. A casa de Januário foi atingida, encheu de água, obrigando a família a se mudar. Foram morar no povoado Araripe, na Fazenda Várzea Grande. A pedido do coronel Manoel Aires de Alencar, chefe político local, Luiz, já um caboclo taludo, vai com este a Ouricuri para tomar conta de cavalo, onde vê um fole Kock de oito baixos, marca Veado, pelo qual fica louco e passa a amolar o coronel por causa dele. No mês seguinte, repetindo a viagem, o político concorda em pagar a metade dos 12o mil réis do fole, desde que Luiz arque com o resto, o que fez sem muita dificuldade, pois a essa altura já estava ganhando tanto ou mais que o pai, para tocar.
1926 Início real de sua vida artística, quando tocou seu primeiro "samba"ganhando dinheiro. Começou também a estudar no grupo de escoteiros de um sargento da polícia do Rio de Janeiro chamado Aprígio. Seu amigo Gilberto Aires, filho do Cel. Aires, o convenceu a mudar-se para a cidade, deixando o Araripe. Hospedaram-se na casa de Da. Vitalina e o amigo Gilberto foi seu primeiro empresário.





1928 Apaixona-se pela primeira vez por uma donzela sacudida que apareceu pelas bandas do Araripe. Pensa em noivado mas seus planos vão por água à baixo quando sua mãe descobre a trama, pondo fim na história por não achar que a pretendida juntava condições para ser sua nora.
1929 Em uma festa de véspera de ano novo viu pela primeira vez Nazarena, da família Saraiva. Apaixona-se, mas, sendo repelido pelo pai desta, o coronel Raimundo Delgado, o ameaça de morte. Avisados pelo próprio Delgado, Januário e Santana aplicam uma surra no rapazote que, revoltado, decide fugir de casa, indo a pé até o Crato onde vende a sua sanfoninha por 80 mil réis.Segue para Fortaleza e voluntariamente alista-se no exército depois de mentir a respeito da sua idade. Primeiro disse que tinha 18 anos mas, avisado que mesmo assim necessitaria da autorização dos pais, apresenta-se como se tivesse 21 anos.
1930 Estoura a revolução de 30 no Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraíba. Ingressa nas fileiras do exército ganhando um soldo de 21 mil réis. O então soldado 122, corneteiro, segue com o vigésimo segundo Batalhão de Caçadores para Souza, PB; ainda em missão, segue para o Pará, Ceará e Piauí, interior do Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande. Ganha fama no exército e um apelido: "Bico de Aço", por ser exímio corneteiro. De passagem por Juiz de Fora, conhece Domingos Ambrósio, que lhe ensina mais alguns truques na sanfona.




1939 Deixa o exército ficando provisoriamente na sede do Batalhão de Guardas do Rio de Janeiro, mas, aventureiro, segue para São Paulo; desembarca na Estação da Luz e, nas imediações, compra a sua primeira sanfona branca (todas as suas sanfonas seguintes seriam de cor branca) de 120 baixos. Nesse mesmo ano volta ao Rio de Janeiro, onde faz amizades e, aproveitando o aprimoramento que fizera nos tempos da caserna com o Dominguinhos Ambrósio, que lhe ensinara os segredos do acordeon, inicia a carreira artística, divertindo marinheiros e desocupados em geral no Mangue, lugar também freqüentado por malandros e prostitutas. Explode a segunda Guerra Mundial. O Brasil é literalmente invadido pela música estrangeira, principalmente a Norte Americana.Conhece o violonista Sepetiba. É o ano em que se apresenta pela primeira vez em um palco, no cabaré O Tabu na Rua Mem de Sá.
1940 Numa das casas noturnas onde tocava no Mangue, é desafiado por um grupo de estudantes nordestinos - entre eles o futuro Ministro da Justiça, Armando Falcão - que exigem que toque algo "lá da terra", coisa que Gonzaga tinha abandonado. Depois de treinar em casa durante semanas apresenta-se diante dos mesmos Universitários tocando "Pé de Serra"e "Vira e Mexe". É aplaudido não só pêlos rapazes como por toda a casa. Volta ao programa de Ary Barroso, onde conquista a nota máxima.
1941 Num Bar da Lapa, Rio, conhece Januário França, que lhe transmite recado do humorista Genésio Arruda para acompanha-lo numa gravação da RCA Victor, por indicação de Almirante e Ari Barroso. Aceita e dá-se bem. Logo é contratado para gravar um disco solo, por indicação do Diretor Artístico Ernesto Matos. Grava, então, ao invés de um e Vários discos. Nos anos seguintes grava cerca de 30 discos 78 rpm, muitos choros, valsas e mazurcas, todos em solo pois a Victor insiste em não lhe permitir cantar em seus discos, que até então eram só instrumentais. Inicia na Rádio Clube do Brasil para onde foi levado por Renato Mource, substituindo Antenógenes Silva no programa Alma do Sertão. A firma era na época a Victor. Também neste ano conheceu César de Alencar na Rádio Clube do Brasil, quando o mesmo era o locutor do programa Alma do sertão sob o comando de Renato Mource. Foi quando apareceu Dino, violonista de sete cordas que tinha a mania de apelidar todo mundo. Ao ver a cara redonda de Luiz Gonzaga Dino imediatamente o chamou de Lua, apelido que Paulo Gracindo e César de Alencar se encarregaram de divulgar.




1942 Começa a fazer sucesso e as emissoras de rádio a se interessar, de fato, pelo novo cartaz.
1944 É despedido da Rádio Tamoio e, imediatamente, contratado por Cr$ 1.600,00 pela Rádio Nacional, onde o então radialista Paulo Gracindo divulga seu apelido "Lua", por causa do seu rosto redondo e rosado.
1945 Consegue então o que desejava. Grava seu primeiro disco tocando e cantando, a mazurca Dansa Mariquinha, parceria com Miguel Lima, primeira gravação com o dito e chama a atenção pelo timbre de voz e desenvoltura no cantar. Nesse mesmo ano, e ainda em parceria com Lima grava outros dois discos interpretando Penerô Xerém e Cortando Pano. Querendo dar um rumo mais nordestino para suas composições, Gonzagão procura o maestro e compositor Lauro Maia, para que este coloque letras em suas melodias. Maia porém apresenta-lhe o cunhado, o advogado cearense Humberto Cavalcanti Teixeira, com quem Luiz Gonzaga viria a compor vários clássicos. Os instrumentos usados originariamente ( viola, botijão, pandeiro e rabeca ) foram substituídos por acordeão, triângulo e zabumba. No dia 22 de setembro, nasce de uma relação com a cantora Odaléia Guedes dos Santos o Seu filho Luiz Gonzaga do Nascimento Júnior







1946 Inicia sua parceria com Humberto Teixeira, e grava No Meu Pé de Serra. O sucesso é imediato e enorme. Ao mesmo tempo, o seu nome começa a correr o mundo: Europa, EUA, Japão... Além de No Meu Pé de Serra compôs, entre outras, com Teixeira, Baião, Asa Branca, Juazeiro, Légua Tirana, Assum Preto, Paraíba, etc. Os Quatro Ases e Um Coringa estouram com Baião e Luiz está em todas cantando A Moda da Mula Preta, de Raul Torres e com a marchinha carnavalesca Quer Ir Mais Eu, parceria também com Miguel Lima. Entusiasmado com o sucesso Gonzaga resolve voltar à Exú e nasce, em parceria com Humberto, Respeita Januário. A parceria duraria até 1979, quando falece Humberto Teixeira.
1947 Em Março, grava Asa Branca. É sua primeira gravação com o selo RCA Victor. Essa música rapidamente se torna um de seus maiores sucessos, recebendo as mais diferentes interpretações e gravações em vários países como Israel, Itália, EUA. Em Hollywood é cantada no filme Romance Carioca (Nancy Goes To Rio) por Carmen Miranda. Nesse mesmo ano os destaques musicais são, além de Asa Branca, O Pirata da Perna de Pau e Eu Quero é Rosetar, de João de Barros e Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, respectivamente, que por sinal não se tem informações de gravação destas duas músicas por Gonzaga. Também no ano de 1947 aconteceu o primeiro encontro de Luiz Gonzaga com Zé Dantas, em Recife (PE).
1948 Casa-se com a professora pernambucana Helena Neves Cavalcanti. Os dois se conheceram nos bastidores da Rádio Nacional, quando a moça foi procura-lo para saber se tinha recebido as cartas que lhe havia enviado. Luiz alegou que não tinha tempo de responder correspondências. Helena perguntou porque ele não contratava uma secretária para tal serviço. "Pois está contratada ", foi a resposta. E no dia 16 de Junho do mesmo ano casaram-se. E adotaram uma menina que foi batizada com o nome Rosa do Nascimento, a Rosinha.



1948 Casa-se com a professora pernambucana Helena Neves Cavalcanti. Os dois se conheceram nos bastidores da Rádio Nacional, quando a moça foi procura-lo para saber se tinha recebido as cartas que lhe havia enviado. Luiz alegou que não tinha tempo de responder correspondências. Helena perguntou porque ele não contratava uma secretária para tal serviço. "Pois está contratada ", foi a resposta. E no dia 16 de Junho do mesmo ano casaram-se. E adotaram uma menina que foi batizada com o nome Rosa do Nascimento, a Rosinha.
1950 Ganha, depois de uma apresentação em São Paulo o título de Rei do Baião.Grava a toada Assum Preto e os Baiões Qui Nem Jiló e Paraíba. Está no auge da carreira. Paraíba é gravada pela cantora japonesa Keiko Ikuta, versão de Kikuo Furuno, em disco RCA J-55006-A. No lado B, foi gravada Baião de Dois.Emilinha Borba também grava Paraíba, e é o ano da inauguração da primeira emissora de televisão da América Latina, a PRF-3, Tv Tupy. Neste mesmo ano regrava o sucesso Vira e Mexe em 78 Rpm. Nesta mesmo ano desponta como um dos maiores vendedores de disco que se tem notícia na história da MPB. É o ano em que perde sua mãe, Santana.
1951 Um jornal carioca publica que "Luiz Gonzaga velho e superado, acaba de assinar contrato com uma firma para viajar pelo Brasil". Puro preconceito, pois Gonzaga reinou soberano de 45 a 55, 56. As 17 prensas da RCA Victor trabalhavam exclusivamente para ele. Neste mesmo ano sofre um desastre de automóvel que comoveu o País, o que motivou a composição Baião da Penha e uma reportagem especial na revista O Cruzeiro. Em março deste ano encerrou seu contrato com a Rádio Nacional e firmou um novo com a Rádio Mayrink Veiga, mesmo oficialmente vinculado à Rádio Cultura de São Paulo.
1952 Voltando do seu pé de serra Luiz Gonzaga passou por Caruaru onde resolveu fazer um show. Foi mal recebido pelo proprietário do Cinema Caruaru, o Sr. Santino Cursino, sob a alegação de que "o meu cinema, o melhor da cidade não vai servir de palco prá tocador de harmônica ".
1953 Nasce, em parceria com Zé Dantas a pungente Vozes da Seca - este é o ano de uma grande seca no Nordeste. Compõe também, com Hervê Cordovil, A Vida do Viajante, que Gonzaguinha recriaria em 1979 para surpresa de Gonzaga, que nem se lembrava da letra. Esta gravação foi incluída no LP "Gonzaguinha da Vida", 064-4228410-B, Emi-Odeon. Foi neste ano que ao lado de Zé Dantas e Paulo Roberto, participou do programa da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, No Mundo do Baião, vivendo sua fase de ouro até 1954.





1954 Transferiu-se para São Paulo e suas apresentações ficaram cada vez mais restritas à cidades do interior e do ciclo Junino. Seus discos porém continuavam a ser reprensados. Gonzagão convida Jackson do Pandeiro e sua mulher Almira, para o Rio de Janeiro. Fariam grande sucesso com seus cocos e são considerados o lado urbano da música nordestina, enquanto Gonzaga seria o agreste. É o ano em que Gonzaga conhece Dominguinhos, que tocava ao lado dos irmãos Morais, em um grupo intitulado Os Três Pingüins. Este fato deu-se em Olinda.Já no Sertão Pernambucano, em Serrita, nas Caatingas do sítio Lages, era encontrado morto, no dia 08 do mês de Julho, o vaqueiro Raimundo Jacó, primo de Luiz Gonzaga, fato que depois viria a originar a Missa do Vaqueiro.
1955 Luiz Gonzaga grava seus primeiros discos compactos de 45 rpm. Também neste mesmo ano gravou o seu primeiro LP de 10 polegadas, 33 rpm, pela RCA Victor. Uma Compilação dos disco de 78 RPM.
1961 Luiz Gonzaga entra para a Maçonaria. Neste ano compõe com Lourival Silva e grava Alvorada de Paz, em homenagem ao então Presidente da República Jânio Quadros, que renunciaria sete mêses após assumir a Presidência.

1963 De sua parceria com Nelson Barbalho grava A Morte do Vaqueiro no mesmo ano conhece o poeta popular cearense Patativa do Assaré . O clima político é tenso, e os brasileiros decidem em plebiscito a volta do sistema presidencialista.
1964 Grava a composição A Triste Partida de Patativa do Assaré. O sucesso é total principalmente junto ao nordestino que vive no Sul. Grava também, no LP O Sanfoneiro do Povo de Deus a primeira composição de Gonzaguinha, "Lembrança de Primavera".
1965 Asa Branca é gravada por Geraldo Vandré em seu Lp "Hora de Lutar". Gilberto jovem, um compositor jovem da Bahia começa a citar Luiz Gonzaga em suas entrevistas, como uma de suas maiores influências. Mais adiante Luiz Gonzaga gravaria duas composições de Vandré (Para Não Dizer Que Não Falei das Flores e Fica Mal Com Deus), como retribuição.
1968 Um pouco fora de destaque no cenário musical, Luiz Gonzaga viu seu nome novamente em ascensão depois que, nesta ano, Carlos Imperial espalhou no Rio de Janeiro que o conjunto Inglês The Beatles acabara de gravar a música Asa Branca. Não era verdade, mas foi o que bastou para que Gonzaga voltasse às manchetes. E por um longo tempo Gonzaga sempre falou em entrevistas, do interesse "dos cabeludos de Liverpool por essa música".
1971 Lança o LP "O Canto Jovem de Luiz Gonzaga". O produtor Rildo Hora alega que "este disco não é para sucesso e sim uma homenagem para a juventude. Em Londres Caetano Veloso grava Asa Branca, assim como Sérgio Mendes e seu Brasil 77. É o ano do primeiro contato do então desconhecido Fagner com Luiz Gonzaga, no Rio. O sanfoneiro apresenta-se em Guarapari fazendo sucesso entre os hippies de então. Foi também do ano de 1971 que, por iniciativa do Padre João Câncio, com o apoio do cantor Luiz Gonzaga - primo de Raimundo Jacó - e pelo poeta Pedro Bandeira, famoso repentista do Cariri, realizou-se a primeira Missa do vaqueiro, no sítio Lages, na cidade de Serrita, em pleno sertão Pernambucano, como homenagem a Raimundo Jacó, que teria sido morto morto por um companheiro, e principalmente em forma de tributo ao vaqueiro nordestino. Mas a principal preocupação do Pe. Joâo Câncio era trazer de volta para a igreja os vaqueiros. Com a celebração o Padre Vaqueiro conseguiu ver seu desejo realizado.




1972 Pelas mãos de Capinam apresenta o espetáculo "Luiz Gonzaga Volta Para Curtir" no Teatro Teresa Raquel, no Rio de Janeiro. Sob a direção de Jorge Salomão e Capinam, o delírio é total, e é a primeira vez que Gonzagão enfrenta uma platéia somente de jovens.
1973 Deixa a RCA Victor e passa para a Odeon, por um breve espaço de tempo, embalado pelo sucesso reconquistado. Tenta lançar sua candidatura a deputado Federal pelo então MDB mas desiste logo da idéia, quando sentiu que os votos que obteria seria em troca de favores. Inezita Barroso grava Asa Branca como também o cantor grego Demis Roussos, sob nome de White Wings, com letra em inglês.
1976 O Projeto Minerva dedica um especial à obra de Luiz Gonzaga. Neste mesmo ano grava seu primeiro compacto simples de 33 rpm pelo selo Jangada, com a música Samarica Parteira de Zé Dantas. A música ocupou as duas faces do disco.
1977 Estréia no "Seis e Meia", no Teatro João Caetano ao lado de Carmélia Alves. O sucesso é total, inclusive com grande afluência de jovens ao Teatro.
1978 É lançado no mercado um disco como forma de menção especial a Luiz Gonzaga, - a Grande Música do Brasil, a Grande Música de Luiz Gonzaga, pela Copacabana, produzido por Marcus Pereira com arranjos e direção de orquestra a cargo do maestro Guerra Peixe. É uma versão sinfônica de clássicos da obra de Luiz Gonzaga.
Foi também o ano da morte de Januário, no dia 11 de Junho.

1980 Em Fortaleza, depois de ser literalmente atropelado pêlos seus fãs e por fiéis da igreja, Luiz Gonzaga canta para o Papa João Paulo II. Recebe do sumo pontífice a expressão - Obrigado Cantador. Foi um dos mais emocionantes e gratificantes momentos da vida do sanfoneiro, que novamente pensou em candidatar-se a política mas desistiu aconselhado por amigos.
1981 Recebe os dois únicos discos de ouro de toda sua carreira. A RCA Victor presta-lhe significativa homenagem pelo marco de seus 40 anos de carreira, com o lançamento do disco A Festa:
1982 Atendendo convite da cantora Nazaré Pereira, lá radicada, viaja para a França apresentando-se em Paris no teatro Bobinot. A cantora fazia sucesso com a música Cheiro da Carolina e decidiu levar o Rei para a França o conhecer. Na platéia, entre outros, estavam Maria Bethânia, Celso Furtado e o ex-ministro Nascimento e Silva.
1983 Lança o disco 70 anos de sanfona e simpatia.
1984 Luiz Gonzaga canta no disco de Gal Costa - Profana em uma faixa em homenagem a Jackson do Pandeiro. Grava seu primeiro LP com o Cearense Raimundo Fagner.

1985 É agraciado com o troféu Nipper de Ouro. Além dele, somente o cantor Nelson Gonçalves recebe tal troféu.
1986Vai à França pela segunda vez, apresentando-se no dia 6 de Julho no Halle de La Villete, ao lado de Fafá de Belém, Alceu Valença, Moraes Moreira, Armandinho Macedo, entre outros artistas que faziam parte da comitiva o “Couleurs Brésil”.




1988 A RCA Victor lança uma caixa luxuosa com cinco LPs, batizada de 50 Anos de Chão, cobrindo a carreira de Gonzaga desde as primeiras gravações instrumentais. Fagner produz o segundo LP de encontro com o Rei.

1989.Grava seu primeiro LP pela Copacabana, seguidos de mais três LPs, que seriam os últimos de sua carreira; (Verificar na discografia) No dia 06 de Junho, Luiz Gonzaga sobe pela última vez num palco, com o auxílio de uma cadeira de rodas. A platéia presente no teatro Guararapes no Centro de Convenções no Recife não podia prever que não mais veria o velho Lua. Ao lado de Dominguinhos, Gonzaguinha, Alceu Valença e vários outros amigos e parceiros, e desobedecendo à ordens médicas, Gonzagão levantou-se apoiado no microfone e, com sua voz forte e anasalada, apesar de um pouco trêmula, fez pequeno discurso louvando o forró e dizendo: “Quero ser lembrado como o sanfoneiro que amou e cantou muito o seu povo, o sertão, que cantou as aves, os animais, os padres, os cangaceiros, os retirantes, os valentes, os covardes, o amor...”De osteoporose, Luiz Gonzaga morreu no dia 02 de Agosto de 1989, às 05.15hs, no Hospital Santa Joana, no Recife, onde dera entrada há 42 dias. Seu corpo foi velado na Assembléia Legislativa do Estado e o Governo de Pernambuco decretou luto oficial por três dias. No dia 13 de dezembro, Gonzaguinha, Fagner, Elba Ramalho, Domiguinhos, Joãozinho do Exu e Joquinha Gonzaga cantam a meia noite parabéns para Luiz Gonzaga, em Show realizado em Exu. Nesse mesmo dia, pela manhã, foi inaugurado em Exu por Domiguinhos e Gonzaguinha o Museu do Gonzagão."

"E VIVA A ARTE DO MEU POVO!!!!!"