segunda-feira, 14 de março de 2011

Desespero E Confusão Lá No Céu



Bem amigos, resolvi hoje fazer uma coisa diferente no nosso “A Arte Do Meu Povo”.
A postagem que aqui está é uma história criada por mim em verso popular, para brincar com o imaginário popular(coisa que o nosso povo está precisando muito) e ao mesmo tempo apimentar satirizando a figura dos políticos que “existiam” no Brasil, que utilizavam do coronelismo para governar.
Claro que tudo isso é uma grande brincadeira através da nossa arte popular, em especial a nossa poesia.
Essa está fresquinha, saiu do forno agora a pouco, por isso, pode ter alguns erros.
Divirtam-se com a leitura e Viva A Brasilidade, Brasileira do Brasil.
Ah, podem fazer suas críticas também elas são sempre bem vindas.


Desespero E Confusão Lá No Céu Ou
A (Quase) Chegada De ACM Ao Céu
Nivaldo Cruz – 13.03.2011



Foi a maior das agonias
Relâmpagos e Trovões
O céu todo estremeceu
Foram delírios e ilusões
De santos, querubins,
Anjos e arcanjos guardiões.

Nossa Senhora correu
Para o Nosso Senhor,
Querendo dele ter
Um conselho salvador,
Que acabasse com a aflição
De todo o morador.

São Pedro pediu urgente
Uma grande reunião
Com todos os santos
Que estivesse pronto ou não,
Para ver se desta
Sairia uma solução.

Enquanto isso, que
Ficassem de prontidão,
De guarda, bem alerta
E com muita atenção
Sem deixar sequer passar
Nem um ser esquisitão.

Os três santos arcanjos,
O Bom e amigo Rafael
Também convocou-se,
O mensageiro Gabriel
Sem esquecer da espada
Do arcanjo São Miguel.

A entrada do céu estava
Assim, muito bem guardada
Mas o perigo era tamanho
A segurança não duraria nada
Por isso a grande preocupação
De uma solução ser achada.

No ano de dois mil e sete
Foi que esse fato aconteceu
Quando lá no planeta terra
Uma figura temível faleceu
E sua alma podia parar no céu
Por isso tudo ali estremeceu.

__Não! De jeito nenhum
Isso pode acontecer!
Se esse peste vir pra cá
A paz vai desaparecer,
Uma só alma boa não
Vai ficar sem padecer.

Falava assim gritando
Um santo bem exaltado,
Que não aceitava não
A presença do danado,
Sem querer saber sequer
Como ele seria julgado.

__Esse coisa ruim
Tem de ir é pro inferno
É direto e sem parada.
Sem julgamento interno!
Nem direito de defesa!
Pra ele é suplício eterno.

Quem gritava assim
Era uma alma boa
Que o tal mandou pra li
Quando na terra vivia atoa.
Fazendo pobre morrer,
Rindo e fazendo loa.

Iguais a esta alma
Muitas outras ali havia
Que o tal dito fez subi
Enquanto na riqueza vivia,
Quando mandava em tudo
Que existia na Bahia.

Na esperada reunião
Por São Pedro promovida
Era grande a agitação
Uma zuada desmedida
Muita conversa solta
Buscando uma saída.

São Francisco com
Toda a sua bondade
Procurou se não havia
De fato alguma verdade
Que trouxesse um ato bom
E não provas de maldade.

Procurou-se então,
No grande livro da vida
Um exemplo de bondade
Que estivesse escondida.
Nada se achou, nem uma
Linha ao assunto referida.

__Não é possível!
Que uma criatura
Viva quase 80 anos,
Uma grande aventura
Sem praticar um ato
De bondade a essa altura.

Foram as palavras
De São Bartolomeu
Estranhando a forma
Como o talzinho viveu,
Sem dar vez se quer ao bem,
Assim nasceu, cresceu e morreu.

Falou o bom Santo Antonio
Com uma voz de pesar,
__Será que aquele que vinha
Só tinha feito pecar?
Nada de bom possuía,
Para a sua alma salvar?

São Pedro nesse instante
Suspendeu a reunião
Pra saber como estava
A segurança na região,
E se estava em total controle
Aquela tal situação.

Ele queria em suas mãos
Um detalhado relatório
Para ter plena certeza
Se estava satisfatório
O plano de segurança
Pensado no oratório.

Todos no céu estavam
Com muita provisão.
Caso o estado de sítio
Fosse a grande decisão
Ou uma fuga em massa
Para os confins da imensidão.

Visto e revisto tudo
Todo relatório analisado
As decisões tomadas
Os atos aprovados
Voltou-se a reunião para
Os discursos acalorados.

__Temos logo que
Uma decisão tomar
Afinal a alma do tal
Já, já vai aqui chegar
E nós temos que alguma
Coisa ir até ela falar.

Disse o querido São José
Pedindo uma rápida decisão
Para que aquele tipo tal
Não ficasse de prontidão
Na porta que abre o céu
Empatando a entrada de cristão.

__Se depender do meu voto
Esse tal aqui não entra não!
Gritou um antigo papa,
Ou foi o papa Pio, ou o papa Leão.
Todos que estavam ali concordaram
Com a convincente exclamação.

Decisão tomada por todos.
São Pedro então acatou
Já estava decida a sentença
Nem um pedido faltou
Agora era saber quem falaria
Ouviu-se só. Eu não vou!

O grito do eu não vou!
Era só o que se ouvia
Arriscar sua eternidade
Nem um santo queria
Chegaram até a sugerir
Que fosse Santa Maria.

Mas São Pedro nessa hora
Foi bastante enérgico
__Nossa Senhora e nosso Senhor!
Isso não é, nem um pouco estratégico!
Temos que enviar outro representante
Para conversar com o maléfico.

Foi quando do meio,
Bem do centro da reunião
Surgiu a voz de Cosme
O irmão gêmeo de Damião.
__Porque não manda São Jorge,
Que já enfrentou até dragão?

Ficou decido então assim,
São Jorge ao encontro iria,
Pra dizer a tal coisa ruim
Que entrar no céu não podia.
E se ele tentasse alguma coisa
Tinha quem o impediria.

Lá foi São Jorge ao encontro.
No céu tava tudo parado
Todos queriam ouvir ou ver
Como seria o encontro esperado
Entre o santo cavaleiro do bem
E o tal ser mau e desalmado.

O encontro então se deu,
Mas ninguém se quer viu,
Uma boa nuvem de poeira
Criou-se no meio e subiu.
Era urro, berro, gritos
Gemidos, gargalhadas e assobiu.

Dois dias e mais duas noites
Se passou essa grande batalha
Muito barulho, muita sujeira
Não se via nem uma palha
Pelo que percebia só ia perder
Quem cometesse uma falha.

E foi isso que aconteceu
O talzinho num vacilo que deu
O nosso bom cavaleiro Jorge
Não titubeou e logo rebateu,
O coisa ruim pros confins
Do mundo desumano e ateu.

São Jorge para o céu voltou,
Foi recebido como um herói,
Mereceu todas as honras,
Pois o talzinho quase o destrói,
Chegando o pobre todo quebrado
E gemendo __ Aqui dói! Aqui dói!


A batalha foi das mais tiranas,
Mas no final o bem venceu
O céu estava livre do mau
Foi como o caso aconteceu
O talzinho mandão/malcriado
Para o inferno se foi, desceu.

Segundo São Jorge, lá na batalha,
O tal gritava, lutava e dizia
Que no céu ia mandar, fazendo
Tudo o que o nosso Deus fazia.
Com ele os amigos tinham de tudo,
Já os contrários, a pó reduzia.

Quando viu que não tinha jeito
Já estava mesmo perdido
Gritou : __Vou para o inferno
Tomar o poder do fedido!
E partiu lá para baixo com
A intenção de não ser vencido.

Enquanto isso lá no inferno
Era zuada, Quiprocó, correria.
Era baderna, vexame, rebuliço
Debandada, Desmantelo, estería,
Tudo isso só por causa da noticia
Que o dito do tinhoso chegaria.

Mas essa estória já é
Assunto para outro cordel
Vou ficando por aqui
Pois, acabou meu papel
De escrever mais essa
Grande aventura no céu.

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